jeudi 15 novembre 2012

Mirror


Mirou profundamente aqueles olhos castanho-escuro-avermelhados. As sobrancelhas erguidas em escárnio. Um intenso desprezo. Então disse, em alto e bom som, a voz cortante caindo como uma saraivada de agulhas:
- Traidora.
Seus lábios aliviaram a pressão e ela apertou os olhos para assistir completamente à chegada das palavras até a outra. Granizo e tempestade. Fria.
Sentia-se aliviada a medida que as pedrinhas se chocavam conta aquela face dura. Percebia que era atingida e isso era o céu. Sem piscar, comprazeu-se dos cacos que lhe obstruíam o sangue e do gelo queimando suas costas.
Então ouviu. Um trincar agudo. Um estilhaçar. Vitória.
Saiu dali sentindo os cacos de diamante a escorrerem-lhe pelos pés.




02/Abril/2012

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