samedi 26 décembre 2015

Antigoon

Antwerpen, 25.12.2015
Natal é uma mesa e cadeiras vazias
É o peito ocupando as ausências de há tempos
Um fogão que não tem cheiro de condimentos
Um sofá com a capa bordada ainda fria

Natal é a inércia face à melodia
São os olhos brilhando com o esquecimento
São as pedras da rua sendo monumento
A voz muito sumida para a cantoria

A igreja é sem luzes, a praça é escura
Aqui nessa clareira a lua estende os braços
E o silêncio abriga dessa selva dura

Surge um homem sem face, os olhos ficam baços
Natal são seus solfejos que a noite perfuram
Onde o corte do vento é o que há por abraços.