samedi 24 août 2013

Dualismus


Por fim, o começo

O Verbo

O Branco e a Tinta
A Palavra e o Ruído
A Melodia e o Caos.

A Dança e a Queda
O Casulo e o Vôo
A Flor e o Botão.

A Cascata e a Sede
A Febre e o Cadáver
A Explosão e o Gelo.

A Seiva, o Pus
O Choro, o Sangue
O Afago, o Punhal

O Silêncio.

O Começo do Fim


22.Ago.2013



jeudi 15 août 2013

Agosto... Desgosto*

Na cabeceira.
Todos os dias.
Para ler.

No travesseiro.
Todas as noites.
Para não esquecer.




Caminhemos
Sem perguntas
Como os suicidas
Que jamais indagam
A profundidade do abismo
(José Paulo Paes)
Aindanãoestamosacostumadoscomomundo.Nascerémuitocomprido.
(MuriloMendes)





[Título roubado de um texto em O Livro Azul, de Daniel (sobrenome esquecido)]

vendredi 9 août 2013

Cálice




"[...]
E eu, tendo mais alma, tenho menos liberdade...
Nasce um peixe, aborto de ovas e lodo e, feito um barco de escamas sobre as ondas, ele gira, gira por toda parte, exibindo a imensa habilidade que lhe dá um coração frio.
E eu, tendo mais escolha, tenho menos liberdade..."


[Trecho do filme Tempos de Paz
Texto: A Vida É Sonho, de Calderón de La Barca]

jeudi 1 août 2013

IntrospectioN

[Um quase texto de auto-ajuda]

Conheça a sua solidão.
Faça-se companhia e esta nunca mais lhe será negada
 e o vazio nunca mais se tornará a abrir
e você nunca mais estará só -
porque a sua solidão é a única coisa que ninguém pode tirar de você.


     Existe, sem dúvidas, um inconsciente, todo um interior inatingível. No entanto, sobre essa questão das razões, dos motivos, as pessoas se equivocam. Se passassem mais tempos sozinhas, estariam sempre certas do seu próprio lugar.
     Essa ideia de "ser social" sobe à sua cabeça e se torna um escudo sem que seu verdadeiro significado seja alcançado. Se passassem mais tempo sozinhas, descobririam que o outro é só vizinhança, e não necessariamente engrenagem do sistema. E não precisariam de amigos para aconselhar, não precisariam de terapeutas para responder, nem de família para acusar o ridículo.
     Nós estamos distribuindo o conhecimento de nós mesmos em fragmentos inacreditavelmente pequenos entre todos os muitos ao nosso redor, conferindo-lhes - impondo-lhes - um dever que não lhes cabe de sustentar nossos medos por nós, de assumir nossas vidas por nós, de tomar em suas mãos a obrigação de por o pé nesse labirinto que criamos sós e que, por fim, nos amedronta e afugenta. Um labirinto do qual fugimos e que, muito provavelmente, nem existe.
      Atrás dessa porta que você esconde em seus olhos há somente um abismo, e por isso você não quer entrar. Porque, no fundo, você sabe.