mercredi 27 novembre 2013

Sobre a Entropia


Acima de tudo, acredito no respeito.
Acredito que não se deve levantar a voz aos pais. Que não se deve humilhar os professores. Que não se deve olhar às cores.
Eu acredito que não se deve privar o outro de ser. Que não se deve ignorar as carências. Que não se deve reter o troco. Que não se deve faltar à palavra.
Eu acredito que não se deve impor nada a ninguém.
E eu acredito que não se deve mentir.


Mas quando chove, a enxurrada respinga aleatoriamente. Quando venta, a roupa chicoteia no varal. Poucas horas depois da vassoura, as árvores perderam folhas o bastante para alimentar todo o inverno. E elas me cobrem o pé quando piso. E o barro não me pede permissão para sujar as meias brancas. E o mar se revolve incessantemente, batendo nas pedras e te impedindo de dormir. E o melhor presente não obedece ao calendário.
Surpresa. Revolução. C
                                   a
                                     o
                                       s
                                          .
                                            .
                                              .
O caos reina no universo. A natureza reina no caos. - Enquanto caos. 

E as pessoas que falam baixo, são apenas as que falam baixo. E sempre serão. As que compreendem, são apenas as que compreendem. E sempre serão. As que toleram, são apenas as que toleram. E sempre serão. Esses que ouvem,  são apenas os que calam. E morrerão com gritos sufocando-lhes a garganta. E os que não reclamam de volta, são apenas mais desonestos - educadamente. E morrerão em um inferno maior do que o daqueles que ficaram com o excesso. E as pessoas que obedecem, são apenas as que obedecem... E vão morrer,... vãs.

´Porque o mundo, meu bem, é erguido sobre ossos. Porque o cimento, meu bem, é suor e excremento. Porque as cores, meu bem, ah, as cores mais belas são as que sangram. E meus olhos azuis, e seus dentes brancos, e aquele bronze dourado não vale o mesmo da neurose deles. Terno, véu e tecido engomado só fazem mais um. E igual.
Porque o mundo, meu bem, o mundo pertence ao caos. Do pó ao pó. Do caos ao caos.
E o caos, meu bem, o caos é dos que gritam.


*Foto: Raphaelesque Head Exploding. Salvador Dalí. 1951.

dimanche 10 novembre 2013

"As untouched,

...snow turns red,
innocence dies."                                                          (Feint, Epica)

[Outubro.2011]

Menina Branca de Neve,
Por que essa dor no olhar?
Mefisto não se despede,
Não deverias ainda esperar.
A fantasia que contigo esteve,
A epifania de um momento breve,
São coisas que ele faz para brincar.
Menina branca, vê se despe a neve,
Que tu não podes mais que congelar.

[...]

E tu te cercas de pranto orvalhado,
E tu te exaures no sangue chorado,
Agora acerca-te do parapeito,
Pr'arremessar-se não precisa jeito.
Que se de nada te serve a altura,
Se já as águias não te vêm buscar,
Ouse ao menos nessa aventura e,
Quem sabe, morras sabendo voar.


26.Ago.2013

O poema mais longo que já consegui, quem sabe um dia me desapegue e o poste todo.