vendredi 30 novembre 2012

Ten Times Too Late

- The world could be all Black and White, and still it would  shine more than all the colors together under every purple starry night sky. -

(errata: "se parece com")
(dez.2011)

From now on                                                           
        no more butterflies                                 
birds                                                     
singing                                                   
wind-blowing-taking-pages.                  

De hoje em diante, nunca mais. Nem um minuto.

Fossem cem: jamais virão. Qualquer deles. Eu tive uma hora, eu tive muito mais. E ainda assim, tive nenhum. Os minutos apenas contornaram e passaram.
30.
15.
Previsível. Levados todos, e então os últimos. 12. Para utopias e olhos fechados. Tanto faz, que hoje eu vim dizer adeus. Apenas. À cada palavra guardada, cada movimento, cada batimento. Ao que, por pouco, não descongelou. Se me importo? Não me importo. São tudo tentativas. Viver é tentativa, entenda.

Deixado, de vez, o sorrir do silêncio. O esperar. O amanhã.
Minutos. Tão poucos. Tão pouco.
O sol puxado em carruagem veloz percorre o céu. Sempre mais rápido e a cada segundo mais implacável. Sem retrocessos. Sem adiamentos. Sem esperas. Só que eu espero. Eu esperanço. Ainda. Mentira! Não espero. "Jamé". Esperar é para os que não sabem, é por isso que você espera. Mas, hoje, eu vim dizer adeus. - À esperança. Às flores não colhidas, murchas de dor. A esses instantes. De agonia. Vãos.
15.
Um piscar dos olhos retidos fechados.
Menos. Menos.
Bem menos.

Lá vem a badalada. A meia noite de todas as borralheiras, o último truque de mágica enquanto ainda se pode dançar. Não vê os ratos na porta, pisando sobre lagartixas?
O vento uiva. E eu estremeço.
Poucos.
Receio.
3
Desisto.
2.
Ouço.
1.
.. desejo: não.

Um chamado!

Mas era só o vento uivando.
        era só o vento...
                             ... uivando.                                  (07/DEZ/2011)
Happy November (29 - 10) for those who know!

******

As palavras,
saídas do baú,
gritam.

As memórias,
fugidas do porão,
zombam.

E então dançam,
então riem,
 e de mãos dadas se entrelaçam.

Vão, enfim,
de novo,
 e adormecem.

So many knots.
Lost and forgotten.
Undmaden? Who can say?

vendredi 23 novembre 2012

Niilismo

 (Coisas Frágeis, Neil Gaiman)



Viver não é importante.
É que nada vale tanta pena...


vendredi 16 novembre 2012

Dead To The World


Na penumbra, pousou levemente as mãos sobre os ombros magros e tirou com cuidado os fios de cabelo da sua boca. Na pouca luz, viu manchas escuras e úmidas sobre o travesseiro, e desconfiou de vermelhidões naquela face tão serena. Ouvindo sua respiração forte, o seu próprio peito pesou.
- Você nunca me conheceu. - A voz abafada do passado retornou.
- Talvez não a conheça, querida... - Sussurrou mais para dentro do que para ela. - Mas será que algum dia eu a verei feliz? ... apesar de tudo...
Sentiu seus dedos começarem a apertar os ombros e culpou-se por não ter sido o bastante.
Afastou-se com cuidado e fechou a escuridão no quarto. Pela última vez.

Aproximou-se com cuidado. Abriu a porta e deixou a escuridão sair. Já estava tarde.
Com o cômodo subitamente invadido pela luz, seus olhos cegaram. Caiu de joelhos no chão. Das entranhas arrancou um lamento, sua origem mais profunda do que a criatura da sua própria carne. Perdido e distante. Arrastou-se até a janela sem poder comandar a si mesma, ao menos para chorar, e deixou o rascunho borrado ser carregado de suas mãos inertes.
Esvaziou-se de toda a emoção.

O peso daquele pouco não foi muito para permitir que voasse pelos ares. Tão denso e tão frágil. Tão completo e tão vago. Ele correu por sobre todos os pequenos mundos pretensamente vivos, absorvendo-os, reconhecendo-os, não mais notado do que seria um inseto, para pousar sem ruído sobre um fio de relva.
Antes de ser novamente empurrado, os olhos. As mãos em concha e o silêncio. Tocaia. Quando o captura, todo o seu ímpeto desaparece em dúvida.

"Feliz? Seja sincera, você realmente acredita na existência da felicidade?
...
Não crie culpas, realmente não cheguei a esperar que compreendesse. E não procure pelos restos, não merece isso.
E não se lembre. Nunca se lembre. Lembranças não fazem bem.

PS: Uma última piada, não são? Todas essas negativas... Acho que foi esse o problema. Eu nasci negação."

Franzindo as sobrancelhas, virou o rosto para cima, como esperando mais de onde aquele pedacinho viera. E de onde viera? Não poderia ser de muito longe. É irônico que carregasse tanta história. Que carregasse o vento tantos papeis. Que carregassem papeis palavras. Que carregassem palavras vidas. E carregavam vidas mortes, pelos ares, com a maior facilidade... "Uma última piada, não?"

Deu de ombros e jogou-o de volta no chão. Pouco importava, na verdade.
No mais, talvez fosse ela só um sopro.

jeudi 15 novembre 2012

Mirror


Mirou profundamente aqueles olhos castanho-escuro-avermelhados. As sobrancelhas erguidas em escárnio. Um intenso desprezo. Então disse, em alto e bom som, a voz cortante caindo como uma saraivada de agulhas:
- Traidora.
Seus lábios aliviaram a pressão e ela apertou os olhos para assistir completamente à chegada das palavras até a outra. Granizo e tempestade. Fria.
Sentia-se aliviada a medida que as pedrinhas se chocavam conta aquela face dura. Percebia que era atingida e isso era o céu. Sem piscar, comprazeu-se dos cacos que lhe obstruíam o sangue e do gelo queimando suas costas.
Então ouviu. Um trincar agudo. Um estilhaçar. Vitória.
Saiu dali sentindo os cacos de diamante a escorrerem-lhe pelos pés.




02/Abril/2012