jeudi 1 octobre 2015

Set fire to the sky


 É uma lâmpada sangrenta a filtrar toda a nossa fotografia através de seu olhar límpido do bruto e a sobriedade das mortes que lhe prenunciam. Mente frieza e caos enquanto pinta o universo de calor traindo-se a si e à sua fraqueza.
Nunca além do óbvio, jamais além do que supõem, os olhos incham e choram excreções do último pedido, oram pelos pecados que cairão sem perdão e pedem misericórdia pela miséria que escolheram ser. O chão se abre como um Armageddon e é tarde demais para um último fôlego quando o mar deságua fundo em seus pulmões. O seu deus se banha e perfuma e lustra, e não ouve seus clamores. E nem se importa.
Porque o sangue é revigorante, e tão doce.
E onde o olho desse furacão? Onde a boca dessa sentença? Cobriu-se em véu de pudor. Covarde é em seu desprezo! A vista turva difusa nos véus, solução perfeita em que se oculta para o curto alcance de olhos mortais em mares nebulosos e estéreis. Estáticos.
É.
As suas bocas dizem morte, a sua, no entanto, rebate Mãe. Um sopro sorridente, um sorriso encarecido de quem tem o poder de apagar todas as luzes. Não o faz. Se por cima os colapsos A diminuem, curvada, suas raízes leva e os suga com cordões umbilicais.
As suas bocas berram ASSASSINA, e ela, no entanto, chora Matricidas. Em maquiagem rubra, encarnada, explode seu rubor em ondas oceânicas. Do alto impõe-se e cala unanimemente e pulsa. Sistólica e diabolicamente cospe a seiva vital em cada rosto (in)crédulo e se retorce em si como um fruto gigantesco, púbere, com sede de vida. De bebê-la e vomitá-la. Escorre-se viscosa enquanto todos, a seus pés, esbugalham-se e incham, vazando-se de seus próprios poros, e dissolvem-se para uma suposta glória.
Mãe. Dói. Dói florescer e parir tantas Terras e Via Lácteas e átomos diminutamente infinitos. Dói que a morte tome o caule enquanto broto, e se mostra mais que o nascer. Dói que seus olhos tolos, seus medos ingratos, encerrem-nos em cubos de lâminas prateadas. Dói que todo meu sacrifício evanesça.

Bem fizeram os Pais: O universo é vão.

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