jeudi 16 janvier 2014

Bombeiros

[Across The Ravaged Land, Nick Brandt]
A banalidade sufoca o ímpeto do fogo e a leviandade dele debocha. E não é a importância o que segue o esvaziamento, é a languidez. Moribundos olhos piscam e giram, o corpo escorre como se o dia se fizesse de sestas e de eternos meio-dias.
Constrange.
Contrai.
Distrai.
O qualquer faz-se aceitável e a mudança não notável. O fogo se alastra e, apesar do incêndio, repousa. O sono faz-se denso e real e concreto se o que falta não são energias para serem teísmos e serem disposições. Banha-se em morosidade que lança garras traiçoeiras por todo lado até se vislumbrarem trevas somente.
Labirinto. És Teseu. És Ariadne. Tens o fio e conheces a luz. Contudo, não saltes se o teto tateias. Não mergulhes se tens terra nos calcanhares. O fogo lança sombras e calor em quaisquer direções. Acerta. Cala.
Então és tu o pior dos pretensos, não tentes persuadir com luz olhos que o sol queimou. Pedras e terra fazem trilhos semelhantes para lugares que jamais se vêem. A desculpa é a incerteza. Não enterre o gato sem abrir a caixa.
Não incendeio.

1 commentaire:

  1. Não estou exatamente certo sobre o que você quer tratar, porque muitas vezes os textos acabam particulares ou começam com algo em mente que a gente nem quer traduzir, mas dar um aspecto geral, mas eu consigo aplicar isso em várias coisas e o que você tá falando continua genial.

    E ótima escolha de imagem, essa série de fotografias virou a minha favorita ano passado. Encaixa perfeitamente.

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