lundi 16 janvier 2012

Apreciação

Estava sentada no sofá, sentindo com alívio um friozinho reconfortando vindo do vento de chuva. Sim, é claro: havia chuva, e ela sempre escreveria quando houvesse chuva, não há dúvidas. Naquela madrugada ela não fugiu à regra. Já há algumas horas buscava uma inconsciência que não vinha. Leu até queimar os olhos, fechou-os até sentir o som da chuva preenchendo todo o seu corpo. Mas nem mesmo essa melodia suave lhe serviu de sonífero.
O sino da igreja bateu três, bateu quatro, bateu cinco horas, e ela continuava ali - ouvindo o sino, a chuva fraca, o galo, os ponteiros em ritmo constantes do relógio, o sino, a chuva, as árvores balançando, as camas rangendo, o sino, os atrito dos lençóis, a chuva, o lápis arranhando de modo agradável com seus ruídos sobre o papel, o sino, os estalos da geladeira, a chuva, o sino, a chuva, os ponteiros... Porque agora pouco importava o sono: o sol já ia nascer.
SHHH...
TIC TIC TIC...
BLÉM!
(31/12/2011; 5h 26min)
(Bem infantil e título improvisado apenas para não ficar em branco.)

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