mercredi 22 février 2012

Sobre o Ódio


Sobre o ódio... não passa de preguiça e covardia.
Amor frustrado. Esperança decepcionada. Ilusão desmascarada.
E quando todas as suas expectativas não são correspondidas, você passa a maldizê-las. Acusa seu alvo e passa a dirigir-lhe ofensas e desprezo quando, na verdade, tudo isso não é mais do que um disfarce, uma tentativa de diminuir a sua culpa e lançá-la em outro. Uma forma de convencer a si mesmo de que a vítima é você.
No entanto - e lá no fundo isso é verdade -, você só lança aos outros as maldições que esperava que lançassem a você.
E todo esse teatro é apenas sua falta de coragem para se olhar no espelho e fazê-lo você mesmo. Falta de coragem para engolir o orgulho. Falta de coragem para abrir os olhos.

2 commentaires:

  1. E se me permite, eu completaria dizendo: falta de coragem para assumir a si mesmo e encarar de frente todas os potenciais erros, problemas e desenganos.

    Belo texto mademoiselle! Curto e fino, com a sua já característica fineza com as palavras. =D

    RépondreSupprimer
  2. Como você bem sabe, eu sou um imenso apreciador de tais sentimentos, raiva, angústia, dor, essas coisas que fazem o ser humano de verdade aparecer. Mas eu sempre disse isso, curiosamente. Que a raiva é muito produtiva, mas não o ódio. Eu corro o risco de cair em pura semântica, mas espero não o ser. É que a raiva é produtiva, ela lhe faz levantar-se contra algo, fazer algo para mudar aquilo, e mais importante, ela o faz não ser aquilo, nunca, ou nunca mais pelo menos. O ódio no entanto, geralmente se trata de se sentir chateado, contrariado ou agredido por algo que você também é, e ele cega a pessoa. Ao contrário da raiva, o ódio não se mostra produtivo...e sim uma resposta natural ao medo, e à vergonha daquilo que se é.

    RépondreSupprimer