dimanche 10 juillet 2011

Insegurança


Ela já nem me lembrava mais de como era aquele silêncio.

Então percebeu que, apesar de tudo, ela sentia falta dos tempos de não fazer nada. Sem livros. Sem músicas. Sem rabiscos. Sem ninguém. Os tempos em que ficava ali quietinha num canto, sentindo o vento bater e remexendo nos cadarços sujos de seu tênis. Era tão... leve.

É tão mais fácil quando não há pessoas... Você não precisa se preocupar com a sinceridade.
Mas ela já não conseguia ser indiferente. E aquilo se tornara importante para ela.

Se tornava.

A cada dia mais.

Ela tinha tanto medo de se enganar...

"Laissez, laissez mon coer s'enivrer d'un mensonge,
(Semper Eadem - Charles Beaudelaire)

2 commentaires:

  1. Eu tenho medo de algumas coisas que você escreve... Eu gosto, mas esse lance de "melhor não se envolver com medo de ter que ser sincero"...

    Eu gostei desse texto, me lembrou uma menina. Bonita, por sinal.

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  2. você escreve realmente muito bem!

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