- (...) e então há esse gráfico da felicidade que criei - começou ele, desenhando os eixos coordenados e traçando uma linha paralela à Ox com y positivo - Essa é a tristeza. O estado natural do homem é esse, o homem nasce triste. A tristeza é uma constante, e o resto são variáveis. Se considerarmos agora... - e traça uma nova linha, dessa vez ondulada, ao longo do gráfico, cortando a primeira em vários pontos. - ... tem esse novo fator. Essa é a felicidade. Como todos nascem como uma "folha em branco", ou seja, tristes, essa linha começa no zero, e de acordo com acontecimentos externos, ela ir;a subir e descer. São precisos momentos bons para se estar feliz e fazer o gráfico subir. No entanto, a simples ausência deles o traz de volta ao estado de tristeza. Ou seja, você não precisa de momentos tristes para estar triste, mas, a partir do momento em que a linha da felicidade estiver abaixo da linha constante da tristeza, você sente a queda porque pôde estabelecer uma base de comparação com o pico em que estava. Sim, se você se entristece é porque o padrão muda e, em um pico, você cria uma expectativa que será frustrada no próximo vale, dando origem à sensação de que sua tristeza aumentou quando, apenas, ela reapareceu, tornando-se novamente visível na baixa da alegria. Acima da constante: feliz. Abaixo: triste. - ...
- É... mas... e essa parte aí no meio, onde elas se cruzam?
- Ah, então, esse ponto de encontro é neutro, você fica indiferente a tudo. Só isso.
- ... errado! Esse ponto é onde tudo se cancela, onde não restou nada - nem indiferença. As coisas continuam acontecendo sem atingir um ápice ou deixar o gráfico cair. Esse ponto é onde ninguém suporta, é onde se enlouquece. É a ausência, o vazio completo. É aí onde você perde toda a capacidade de sentir, tem a impressão de que seu coração parou e já não te acompanha o corpo ou a alma - de repente parou e só, como se fosse simples assim, ou se dissolveu entre seus músculos e as costelas. Desapareceu. Esse não é o ponto em que você simplesmente não liga para nada; aqui, você está oco, evacuado, esgotado. E se você iria dizer "algo como um buraco negro no peito", nem precisa abrir a boca. Buracos negros têm matéria, mas, nesse ponto, você não tem nada.
Oh, sim, é claro. Isso foi o que ela calou.
Na realidade, ela abaixou a cabeça e voltou a ler.
*A idéia do gráfico é, na realidade, roubada de um professor de matemática.
*A idéia do gráfico é, na realidade, roubada de um professor de matemática.
Pede pro Mike te contar sobre o gráfico da felicidade.
RépondreSupprimerSó não me lembro de ter falado sobre os pontos de interseção. Mas de todo modo, se não calasse, poderíamos ter discutido isso.
RépondreSupprimerIncorreto, o gráfico foi traçado com variáveis que não existem. Santa seretonina, dopamina e noradrenalina, livrai-nos do mal, amém! Brincadeiras a parte, interessante o texto.
RépondreSupprimerDiversas interpretações!!
RépondreSupprimer"And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening
People writing songs
That voices never share
And no one dare
Disturb the sound of silence
"Fools" said I, "you do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach to you"
But my words like silent raindrops fell
And echoed in the wells of silence
And the people bowed and prayed
To the neon God they made
And the sign flashed out it's warning
And the words that it was forming
And the sign said
"The words of the prophets
Are written on the subway walls
And tenement halls"
And whispered in the sound of silence"
isso é um trecho de um livro ? como posso conseguir esse texto completo, achei ele muito interessante obrigado
RépondreSupprimerOi.
SupprimerNão, o texto é meu mesmo, e acaba assim.
Na verdade, o Gráfico da Felicidade é uma "teoria" do meu antigo professor de matemática [do segundo comentário, o primeiro "Anônimo"]. Ele falou dela uma vez na sala e, então, eu escrevi algum tempo depois.