Analisando a essência humana, o ego é soberano. Pouco se comove com o mal ocorrido a outrem, ou cuja ocorrência é talvez pouco provável. A verdade é egocêntrica: cada um por si e todos por nada. A população não desenvolveu seu caráter socialmente, é o instinto que ainda vigora. Pouco interessa o ladrão, desde que o poder e a privacidade de cada um permaneçam intocados.
O homem não se trata como indivíduo pensante, ainda espera a aceitação do absurdo em suas atitudes, alegando ser esta a sua natureza. Assim, recorremos ao nosso lado animal para justificar nossas misérias. E o Governo é o retrato perfeito disso: uma instituição de homens onde se demonstra toda a falta de escrúpulos humana. Todo esse processo tem início no momento do voto. As escolhas mais importantes são feitas baseando-se em interesses e vantagens próprios e não na comunidade. Esse é o pensamento lógico e instintivo, mas se torna cruel pelo conhecimento de que sua escolha resultará em prejuízo para os outros. Dessa forma, a base política da sociedade rui.
Ao desmoronar do prédio todo, dedos são apontados em todas as direções, mesmo que, intimamente, saiba-se que apontam para um espelho. Mas as criações são reflexos de seus criadores, e o povo se nega a enxergar essa verdade. Julgam-se inocentes e fazem-se de ingênuos, recusando-se a agir ou a tomar decisões. Decidem que a culpa é de todos, e logo não devem colaborar. Cruzam os braços e esperam.
Dessa forma, a solução do problemna não é enjaular os culpados, pois culpados são todos. Se as criações são reflexos de seus criadores, cabe à nós preparar melhor esses criadores, e não caluniar as criações, que são apenas o que foram criadas para ser.
*(Renomeado. Antes: FRANKENSTEIN)
*(Renomeado. Antes: FRANKENSTEIN)